Chuvisco
Enquanto eu jantava começou a chover.
Já de barriga cheia e na cama o barulho me acordou,
Fui ver o que era: estávamos no meio.
No meio da água, da rua que virou rio
A correnteza tudo arrastava
É como se a profecia Maia se cumprisse. Mas o mundo não ia acabar só em 2012?
Talvez acabe agora.
O desespero veio como uma descarga elétrica
Como sair daqui? Como?!
Não dá. Tarde demais, já se passaram 5 minutos de chuva
E ela leva meu futuro, meus sonhos, meus amores, minha vida
E deixa destruição, e o meu então
Adeus.
Por hoje é só. Até mais.
Iuri Adônis
12 comentários:
Parece que a cada início de ano, após o espetáculo dos fogos de artíficios, temos essas tragédias. Triste realidade...
Belo texto, que ilustra uma triste realidade que assola várias partes do Brasil todo verão! Chuvas, enxentes, mortes... Lamentável!
http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/
Quando será que o povão vai parar de jogar lixo nos rios ?
www.loverocklive.com
Um excelente texto crítico, precisamos rever nosso conceito de mundo pq os que temos são velhos e ultrapassados.
Loverocklive, nesse caso a culpa não é do povão e muito menos do lixo.
Esse é o retrato de gestões públicas FALIDAS e INOPERANTES, acrescida com o dedo da natureza reclamando seu espaço.Episódio repetido, episódio LAMENTÁVEL.
Infelizmente suas palavras são a realidade de inúmeras pessoas hoje! Lamentável.
que sensibilidade iuri, muito bom!
andreia
É realmente muito triste tudo isso que vem acontecendo... E o pior de tudo é que parece que o número de vítimas da chuva não para de crescer.
Gostei muito do poema. Nessas palavras pude sentir o desespero desse homem que tragicamente perdeu tudo. E provavelmente o que tu descreveste é exatamente o que muitos sentiram, não é mesmo?
Obrigada por recomendar meu blog, estou recomendando o teu, também.
Ah, obrigado!
Iurecito
Quanta dor, querido.
A vida, tão dolorida, não?
E ainda assim tão mágica, tão cheia de cor e pureza. Na tragédia nascem a solidariedade, a esperança, a superação.
Eu - e quem não?- prefiro viver sem tragédia, mas não dá pra viver sem seus frutos. É o paradoxo de viver.
Espero logo um post sobre a nossa ciranda política...
beijo!
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